• Jul 17, 2025

Por que a Demanda de IA Não Para de Crescer

  • Fernando Amaral

O avanço da inteligência artificial está transformando profundamente a economia digital global, gerando uma demanda explosiva por infraestrutura computacional e energética. Projeções recentes apontam que o consumo de energia dos data centers deve crescer 165% até 2030, impulsionado principalmente pelas aplicações de IA. Essa estimativa foi divulgada em estudo do Goldman Sachs Research, destacando que a capacidade global atual de 59 GW pode mais que dobrar nos próximos anos para atender a essa nova realidade. O aumento de capacidade, inclusive, deverá ser acompanhado por uma elevação na taxa média de ocupação dos data centers, pressionando ainda mais o fornecimento energético e as políticas de sustentabilidade.



Essa corrida por infraestrutura computacional não é apenas uma questão de aumento de máquinas ou chips, mas um reflexo direto da própria natureza da IA moderna. Modelos de linguagem como o GPT, sistemas de recomendação em tempo real, análise de grandes volumes de dados (big data) e aplicações generativas exigem quantidades massivas de poder de processamento. Esse processamento, por sua vez, depende de GPUs especializadas, clusters em larga escala e consumo contínuo de energia, mesmo em operações básicas como inferência e re-treinamento de modelos.

Além disso, há uma nova camada de complexidade: a geopolítica da IA. O Brasil, por exemplo, está se posicionando como um player estratégico nesse cenário. Segundo a Forbes, o país desponta por sua abundância de fontes renováveis, como energia solar e hidrelétrica, e também pela disponibilidade de terrenos e incentivos para novos data centers. Multinacionais do setor de tecnologia já estão considerando o país como uma base operacional importante para o treinamento e hospedagem de modelos, o que pode levar a uma mudança significativa no mapa global da IA.


Mas por que a demanda por IA cresce tanto? Em parte, porque ela está deixando de ser um nicho técnico e passando a ser um insumo essencial para diversos setores. Bancos utilizam IA para análise de risco e prevenção de fraudes. Empresas de saúde estão usando algoritmos para diagnóstico assistido por imagem. Plataformas de e-commerce e marketing adotam personalização em larga escala com base em aprendizado de máquina. Até mesmo governos vêm utilizando modelos de linguagem para automatizar atendimento ao cidadão ou detectar padrões em grandes bases públicas.

Outro fator é a pressão competitiva. Uma vez que uma empresa adota IA de forma eficaz, ela tende a ganhar vantagens consideráveis em eficiência, custo e escala. Isso força concorrentes a investirem também, criando um efeito dominó que acelera o ciclo de adoção. Esse fenômeno é visível em setores como o de mídia, onde ferramentas de geração automática de conteúdo, resumo e tradução estão sendo integradas diretamente às rotinas de produção.


A natureza exponencial da inovação em IA impulsiona novas possibilidades que retroalimentam a demanda. A cada avanço tecnológico, seja uma nova arquitetura de modelo, uma técnica de compressão ou um sistema multimodal, surgem aplicações inéditas e, com elas, novas necessidades de dados, computação e energia.

O crescimento da demanda por IA não é apenas reflexo de uma moda tecnológica, mas de uma transformação estrutural e profunda da forma como empresas, governos e pessoas interagem com a informação. É uma revolução que, embora invisível aos olhos do usuário final, movimenta bilhões em infraestrutura e redesenha o mapa tecnológico global.

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